A casa Ducal de Medina Sidonia

Vejer de la Frontera está muito vinculada com a casa ducal de Medina Sidonia. Por isso damos-te algumas informações sobre este assunto.

Iremos dar-te algumas informações de interesse sobre a reconquista porque é a altura onde começa a consolidar-se a história de Vejer de la Frontera como povoação senhorial.
No ano de 711 teve lugar a batalha de la Janga onde as tropas do norte de África de Tarik derrotaram D. Rodrigo. A partir daí e durante cinco séculos e meio, Vejer de la Frontera permaneceu sobre o domínio Muçulmano, sendo objecto de enriquecimento da esplendorosa cultura Árabe e Islâmica das quais ainda restam alguns vestígios como é o caso da Porta do Castelo do Século XI, além das suas muralhas e do desenho das suas ruas. A conquista de Vejer de la Frontera foi um processo longo, dividido em duas fases.
A primeira teve lugar no ano de 1250 nos tempos do rei Fernando III " o santo ", no entanto esta povoação voltou a passar para as mãos Muçulmanas em 1264 após uma revolta onde o castelo foi tomado pela força. A segunda e definitiva reconquista teve lugar um ano mais tarde em 1265 e supôs a expulsão da população Árabe desta zona, situação que foi culminada em 1285. Neste mesmo ano, Sancho IV concedeu a ordem militar de Santiago sobre Vejer de la Frontera e outros locais nos seus arredores com o objectivo de consolidar definitivamente o território de uma forma rápida, embora de diga que a referida ordem nunca tomou posse em Vejer de la Frontera.
Posteriormente entre 1288 e 1293 leva-se a cabo a repovoação e o alcaide passou a ser Alonso Pérez de Guzmán " O Bom ", que estava em possessão desta zona com o título de senhorio das almadrabas de toda a costa da Andaluzia reconquistada após a tomada de Tarifa. Esta personalidade tornou-se no defensor do estreito, chegando a ser o senhor e dono depois do rei de estas terras.
A casa de Guzmán com o tempo reconverteu-se na casa Ducal de Medina Sidonia.
Durante várias gerações os Guzmán ostentaram a jurisdição da povoação até que no século XV Juan Alfonso de Guzmán que se considera dono de todas as terras designadas por Hazas de la Suerte deixou de respeitar os direitos da população, situação que fez com que o povo liderado por Juan Relinque se revoltasse contra os duques de Medina Sidonia pelo controle das terras comuns de Hazas de la Suerte.
Após vários anos de conflitos o problema fica resolvido e a sentença é a favor da população. Nos inícios do século XIX todas as povoações da zona tinham o direito de cultivar as terras. Nos dias de hoje, o direito de utilização das terras comuns ainda segue em vigor e a casa 4 anos realiza-se um sorteio para o desfrute e benefício dos habitantes de Vejer de la Frontera. Desta forma as Hazas de la Suerte converteram-se numa antiga tradição e costume nesta povoação.
As alterações políticas do Século XIX e as desamortizações trouxeram consequências nas transformações das propriedades, que em parte passam do domínio ducal e eclesiástico para mãos burguesas sem conseguir-se o desenvolvimento industrial necessário na povoação que continuou a centralizar a sua principal actividade económica na produção agrária e na criação de gado.
No dia 21 de Outubro de 1805 teve lugar a batalha de Trafalgar na costa do cabo de Trafalgar, muito perto do município de Vejer de la Frontera. Nas terras desta povoação esta batalha foi liderada pelo Almirante Villeneuve que enfrentou as tropas inglesas dirigidas pelo almirante Nelson. Foi uma batalha naval de singular dureza.